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Relato de um cidadão na convivência com os galos usados em rinha
por Thiago Pinto Ferreira enfermeiro (CRE: 21276-02)
Há
meio século, ou
quem sabe até mais tempo, uma nova consciência vem invadindo o
mundo humano, um novo conhecimento que só se pode
chamar de transcendente espiritual.
Se
você se
descobre vivenciando esse mundo, ou seja, tornando o ambiente em que você
vive um lugar melhor, harmonioso, praticando o bem, atraindo somente
coisas boas pra você e sua família, parabéns.
Sabemos
que a vida na verdade é um desdobramento espiritual, pessoal e
fascinante, um desdobramento que nenhuma ciência, filosofia ou religião
esclareceram completamente ainda.
Mas
infelizmente no
nosso dia-a-dia existe uma espécie que não pensa assim, o câncer da
sociedade, homens que praticam atos que não consigo achar em nossa língua
mãe, palavras para descrever.
O
convívio diário que tive com essas pobres criaturas indefesas foi uma
das maiores lições de vida que já tive.
Ao
ver os galos chegando no Rancho, tive vergonha de ser homem... como alguém
pode cometer tamanha covardia... mutilados, com os olhos perfurados,cegos,
hematomas pelo corpo todo, deformações, tecidos necrosados, infecções
generalizadas, problemas neurológicos e hepáticos, com febre, fome, estressados
e assustados ...tudo isso por causa de um jogo, no qual o homem
aposta a vida daquelas pobres criaturas que lutam até a morte.
Um dia após a chegada dos galos no Rancho, começamos a devolver a eles o direito a vida. Começamos soltá-los aos poucos, e quando se davam conta disso,a primeira atitude que tinham era de brigar, atacando uns aos outros ferozmente.
Nossa
obrigação era separá-los... e eles voltavam a brigar chegando até a
nos atacar, e nós os separávamos novamente ... chegávamos ate a exaustão.
Só que chegava uma hora que eles percebiam que não estavam soltos e sim
livres. Eles perceberam que brigar não era mais necessário, e que tinham
comida, água e espaço a vontade e que podiam sair ciscando e cortejando
as galinhas sem o menor problema; era uma etapa vencida.
Mas
ainda tinham alguns galos que precisavam ser medicados, ou não
sobreviveriam. Segui rigorosamente tudo que foi prescrito por médica
veterinária, e diariamente, com o tratamento, que vi como aqueles galos que
davam até medo devido à sua aparência e agressividade, eram carinhosos
e companheiros. Sim... carinhosos e companheiros,eles entendiam o carinho
e respeito que tinha com eles e me devolviam isso do mesmo modo, assim
como um cachorrinho nos lambe ou faz festa depois de um a demonstração
de carinho de nossa parte.
E o modo como eles me olhavam (os que podiam,pois vários sob tratamento eram cegos) e deixavam eu tratar deles compensava tudo.
Semanas
depois faziam
até festa ao me ver, e alguns depois do tratamento e após a soltura,
teimavam em voltar para o lugar que antes ficavam confinados
para serem medicados e tratados.
Estão
lembrados do que eu disse no começo do texto, sobre uma nova consciência
espiritual?
Pois
é, nesse convívio com os galos de respeito mútuo é que se nos agirmos
do mesmo modo na nossa rotina diária, compreendendo o que se passa, e
como utilizar esse processo e maximizar sua ocorrência em nossas vida, a
sociedade humana dará um salto quantitativo para um modo de vida
inteiramente novo, um modo que realize melhor nossa tradição e criará
um cultura que sempre foi a meta da história.
Se isso comoveu ou sensibilizou você que esta lendo, então passe a outro o que lê... pois acho que nossa consciência do espiritual esta se expandindo dessa forma... e não pela publicidade ou moda, e sim pessoalmente, o famoso boca a boca, por um tipo de contágio psicológico positivo entre as pessoas. Tudo que nós podemos fazer, é a nossa parte ... e milagrosamente essa realidade pode ser nossa. | ||
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